sexta-feira, 29 de junho de 2012

Gestão do Esporte A importância da elaboração dos projetos esportivos para nossa profissão


Alex Charles Rocha
CREF7-DF/G-000013
Há muitos anos que trabalho com projetos de diversas áreas na educação física. Já participei de vários cursos e oficinas sobre o tema. Existem pessoas e grupos muito bons que abraçaram essa profissão para ajudar nossos caminhos e nossas portas abertas para evoluir e trabalhar melhor. Abrir espaços para que o cidadão tenha em sua vida a educação física em todas as instâncias e perfis. Com isso tentarei em pouco espaço falar de um modo objetivo para que se comece a trabalhar com o planejamento e organização dos seus objetivos.
Atuação profissional
Na nossa profissão, temos que ter alguns objetivos para ser um bom profissional. Para isso temos alguns caminhos como:
Utilização de competências para conquistar o emprego; Conquista do emprego e início das atividades profissionais; Utilização de competências para a manutenção do emprego; Manutenção do emprego; Utilização de competências para crescer na carreira e obter sucesso; Crescimento na carreira e obtenção de sucesso.
O que é um projeto?
“Um projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades interrelacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de  tempo dados.” (ONU, 1984)
A elaboração de um projeto requer entes de tudo um ambiente adequado para o desenvolvimento das ideias do grupo, requer tempo e paciência para que se possa trabalhar em conjunto, exercitando o respeito e o dom de ouvir o outro.
 A concentração e o espírito de grupo são dois elementos essenciais para se materializar boas ideias.  Além disso, algumas variáveis tornam-se muito importantes neste processo, como a distinção do papel da liderança no grupo, descobrindo que o real líder reconhece os “talentos” individuais de cada participante, ajudando no desenvolvimento da criatividade e participação de todos, criando assim um ambiente de comprometimento com a missão coletiva criando um processo descentralizado. A capacidade técnica é outro fator fundamental para se obter resultados positivos, não adianta  ter excelentes ideias se não há competência para desenvolver uma boa estratégia de como materializá-la. Muitas vezes nossas instituições não contam com especialistas em diferentes áreas, portanto será necessário buscar apoio junto a colegas, a outras instituições ou junto ao próprio financiador. E por fim a criatividade e o  comprometimento são virtudes para que se tenha ao mesmo tempo caminhos criativos para a realização das atividades propostas e comprometimento com o processo que se está criando.
Elaborar projetos é uma forma de independência”.
É uma abordagem para explorar a criatividade humana, a mágica das ideias e o potencial das organizações. “É dar vazão para a energia de um grupo, compartilhar a busca da evolução”. (Kisil R., 2001)
Se falarmos de escolas, é importante que a escola elabore o seu projeto pedagógico para adquirir autonomia, ou seja, descentralização de poderes em relação ao Estado; escola e comunidade a partir dessa descentralização poderão em conjunto dar novo direcionamento a função social da escola. A construção de um projeto político pedagógico é um sinal que a escola e sua comunidade já amadureceram a relação que os une, ou seja, à escola a de prestar bons serviços pedagógicos e ao mesmo tempo expandir seus horizontes frente à comunidade à qual presta serviços e a referida comunidade por participar mais ativamente de forma crítica na luta por melhores condições de ensino e melhoria social.

A elaboração de projetos e uma ferramenta de organização e planejamento. Cada coordenador de suas ideias e objetivos terá sua equipe afiada para competir com o mercado profissional. Com isso, o surgimento da especialização em Educação Física nada mais representa que uma criação do próprio mercado, que exige que este profissional passe, progressivamente a atuar em campos limitados da sua profissão, para dominar, com proficiência e habilidade, os crescentes conhecimentos e recursos de sua profissão, em acelerada evolução. O mercado de trabalho está sempre à frente daquilo que a faculdade pode formar. De maneira geral, todos os profissionais de Educação Física quando entram definitivamente no mercado trabalho, apresentam certa dificuldade, devido à insegurança de inicio de carreira. Cabe a ele ter paciência, determinação, aproveitar as oportunidades e buscar outra visão da sua profissão, para que possam se destacar na área, para que possam ser reconhecidos pelo que faz e para que possam alcançar um padrão de vida melhor através do próprio esforço. E isto que o mercado de trabalho na área de Educação Física deseja.
Bibliografia
KISIL, Rosana – Elaboração de Projetos e Propostas para Organizações da Sociedade Civil. São Paulo. Global, 2001. (Coleção Gestão e sustentabilidade).
KISIL, Rosana - Manual de Elaboração de Projetos e Propostas - Universidade de São Paulo, l995.
KELLEY, Daniel Q. - Dinheiro para Sua Causa - TEXTONOVO. 1995
Paulo Henrique Azevêdo, Dr. e Guilherme Nunes Pereira, Ms. - Grupo de Pesquisa do Laboratório de Pesquisa sobre Gestão do Esporte – GESPORTE. UnB – Unidade de Brasília.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

IX FESTCAPOEIRA Festival de Cultura Afro-brasileira de Brasília



Dia 14 de junho
oficina de capoeira angola
na escola da SQS 106 - 19:00hrs
Dia 15 de junho
Roda aberta - no SESC da 504 sul
18:00hrs
Dia 16 de junho
Batizado e troca de cordas
no Clube Vizinhança
108/109 sul
Apresentações e Folclore
 15:00hrs

Mestre Alex Carcará
Grupo Escola do mundo - 16 anos
alexcarcara@gmail.com

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Capoeira no DF - LEI 4.823 de 27/04/2012




LEI Nº 4.823, DE 27 DE ABRIL DE 2012.
(Autoria do Projeto: Deputado Evandro Garla)
Estabelece as diretrizes e os objetivos das políticas para a capoeira no Distrito Federal.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LEGISLA­TIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
Art. 1º As políticas públicas relacionadas à capoeira no Distrito Federal obedecerão às diretrizes e aos objetivos estabelecidos por esta Lei, respeitado o disposto na legislação em vigor.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se como atividade da capoeira todas as suas formas de manifestação, seja como luta, dança, esporte, cultura, jogo ou música.
Art. 2º É livre o exercício da atividade da capoeira em todo o território do Distrito Federal.
Art. 3º As políticas voltadas para a capoeira seguirão as seguintes diretrizes:
I – respeito à diversidade de suas formas de expressão;
II – fomento à produção, à difusão e à circulação de conhecimento sobre a capoeira;
III – estímulo à cooperação entre grupos e praticantes da capoeira;
IV – reconhecimento do potencial da capoeira na formação e no fortalecimento da identidade cultural brasileira;
V – respeito à autonomia de grupos e associações da capoeira;
VI – transparência e compartilhamento das informações.
Art. 4º O objetivo geral das políticas de capoeira é estimular, fortalecer e perenizar sua prática e tradição no Distrito Federal.
Art. 5º São objetivos específicos das políticas de capoeira:
I – valorizar os mestres de capoeira;
II – promover a transmissão dos conhecimentos tradicionais ligados à prática da capoeira;
III – contribuir para a inclusão social;
IV – potencializar iniciativas que visem à construção de valores de cooperação e solidariedade;
V – estimular a exploração, o uso e a apropriação de espaços públicos e privados que possam ser disponibilizados para a prática da capoeira;
VI – aumentar a visibilidade da capoeira e ampliar o acesso à sua prática;
VII – promover a diversidade de formas de expressão da capoeira no Distrito Federal;
VIII – contribuir para o fortalecimento da autonomia social dos grupos de capoeira;
IX – promover o intercâmbio entre diferentes grupos de capoeira;
X – apoiar e fomentar a difusão da produção intelectual, acadêmica, cultural e audiovisual sobre a capoeira;
XI – incentivar a prática da capoeira como recurso cultural, lúdico, pedagógico e como atividade física na rede pública e particular, em todos os níveis de ensino;
XII – cadastrar mestres, estudiosos, praticantes, grupos, entidades e instituições públicas e pri­vadas dedicadas à prática, ao estudo e ao ensino da capoeira no Distrito Federal.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 27 de abril de 2012
124º da República e 53º de Brasília
 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Um Dia de Sonho

 Foi muito bom estar com 400 crianças admirados vendo a roda de capoeira. Boa estrutura do colégio Santa Rosa em Brasília. Agradeço aos professores e alunos do Grupo Escola do Mundo por estar nessa ação social construindo um cidadão brasileiro.        Axé a todos

Mestre Alex Carcará



sexta-feira, 30 de março de 2012

Despedida do Mestre Bom Sorriso


Carta aberta a minha comunidade da capoeira.

Venho informar a todos que a partir dessa data de 1 de abril de 2012, o meu amigo Ricardo Fernandez, conhecido na comunidade de capoeira com a alcunha de Mestre Ricardo Bom sorriso,
não irá participar mais do Centro Cultural Escola do Mundo, Grupo Escola do Mundo/Carcará Capoeira.

É um desejo dele que ele possa trilhar um caminho novo e apoio sua vontade. Vai começar um trabalho com o nome Corpo em Movimento!

Só posso mandar para o Mestre Bom sorriso essas palavras.

Até aqui viajamos juntos. Passaram vilas e cidades, muitas rodas de capoeira, cachoeiras e rios... Não faltaram os grandes obstáculos.
Freqüentes foram as cercas, ajudando a transpor abismos...
As subidas e descidas foram realidade sempre presente. Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, descobrimos cidades...
Chegou o momento de cada um seguir viagem sozinho...
Que as experiências compartilhadas no percurso até aqui sejam a alavanca para alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado.
A nossa saudade e a nossa esperança de um reencontro aos que, por vários motivos, nos deixaram, seguindo outros caminhos.
O nosso agradecimento àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes, nos quiseram bem e nos apoiaram nos bons e nos maus momentos.
Dividam conosco os méritos desta conquista, porque ela também pertence a vocês.
Uma despedida é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez.
Que nossas despedidas sejam um eterno reencontro.
Não esqueça das coisas que eu te ensinei.
Não esqueci dessa casa de capoeira.
Não esqueça do Grande Mestre Chibata.

Axé e fique com Deus!


"Mantenha as suas atitudes positivas, pois suas atitudes tornam-se hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se valores.
Mantenha seus valores positivos, porque seus valores tornam-se o se destinho"
Maharma Gandhi

Mestre Alex Carcará

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Memórias de um dia!















Tem dia que a gente esta mais sensível! Caracá! Ficando sensível. Eita porra!
Bom continuando e narrando a todos sobre as últimas horas.
Domingo com a família e em casa. Emociono-me com as mínimas ações da vida. Vejo o sorriso dos meus filhos e que me chamam de: "Papai eu te amo".
Converso com a minha mulher sobre as coisas que ganhamos com as escolhas de nossa vida e podemos estar juntos ainda.
Continuando a teve e vendo esportes que adoro e amo e escolhi da minha profissão para estar, vejo uma reportagem aonde um menininho cego mostra para nós que a vida e bela e feliz. Mesmo sendo cego, ele vive e ama o time de coração dele. Que massa gente!
Continuando a programação ainda fico maravilhado com o nosso país e as histórias que temos sobre a cultura do negro e as raízes que vem da África e de angola. Aí fico lembrando de todo a história da capoeira! De uma parte gigante da minha vida. De 32 anos que estou na capoeira e lembrando-se da parte que se fala da angola e de Luanda. Eu me lembro de que não fui lá ainda. Que é um país que está se reconstruindo após décadas de guerra civil e que todo mundo fala português e tem muita capoeira por lá. Fiquei emocionado de novo e sei que ainda vou lá. Já tenho alguns amigos dos 5 continentes e que me aproximaram pela capoeira. Vou lá.
Durante o almoço, ainda tive várias emoções com a família. E ainda vendo o programa "Esquenta" com a Regina Casé, me reporto ao tempo que meus primos me ensinaram sobre a cultura brasileira e a musicalidade adentrar minhas veias. Samba e música popular brasileira. Agradeço aos primos e a minha família por gostar disso.
Vi vários relatos sobre recomeçar. O Grupo de samba Exaltasamba acabou após 25 anos de estrada. Sem brigar e só dando um tempo. O cantor Péricles fala que: "o melhor plano é não fazer plano".
Muito bom para a gente pensar.
Teve um relato de uma mulher linda de 43 anos que têm 5 filhos e que a muitos anos ela ficou tetraplégica! Deu a volta por cima. Contou que começou a ficar em pé, depois a andar, depois de andar sem mancar, depois ela correi e depois ficou muitos anos fora do brasil para viver. Agora ela está recomeçando, pois se separou e está feliz com suas escolhas.
Enquanto ela falava eu lembrei que em 28 de junho de 2008, eu tive um acidente e tive um AVC. Perdi a fala, fiquei limitado e me apeguei em Deus. Tive que aprender vogais, depois consoantes, depois uma frase, depois um parágrafo, depois um texto, jornais, revistas, livros e fazer um simples texto desses aonde posso me expressar! Ainda sou lento e ainda gaguejo. =) Mas estou vivo, bem e feliz. O mais difícil ainda é cantar do modo que eu fazia. Sendo mestre de capoeira, tenho que cantar nas rodas de capoeira. Sabia muitas músicas. Ainda sei! =) Só que a letra some. A melodia ainda existe. Sei as melhores músicas mas...não consigo cantar. rsrsrsrsrs.
Mas o bom é que aos poucos estou lembrando. ha...ha...ha...
A vida é bela. Eu vivo assim. Agradeço a Deus e aos que me cercam. Axé.
Yahuuuuuu!

Mestre Alex Carcará

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Feliz 2012


Dedique-se com todo empenho e boa vontade à transformação de sua vida, para que a boa saúde, o ben-estar e a prosperidade criem raízes nela. Isso deve começar pelo pequeno e só depois andar pelo grandioso.

Axé

Mestre Alex Carcará
Viva a capoeira.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mestre Paraná - Oswaldo Lisboa dos Santos

Esse é meu Avô da capoeira. O Meu Mestre Chibata (Raimundo dos Santos Filho) era aluno do Mestre Paraná na adolescência no Rio de Janeiro. Quando criança na ilha de itaparica em salvador, Mestre Chibata foi aluno do Mestre Antônio Diabo. Depois foi para Brasília e fez um grande trabalho de mais de 20 anos e mais de 200 alunos que até hoje estão entre os bambas da capoeira. Aqui está um registro que copiei do blog - http://capoeiradetodamaneira.blogspot.com/2012/01/mestre-parana-oswaldo-lisboa-dos-santos.html . Obrigado pelo registro. Axê!

Mestre Paraná - Oswaldo Lisboa dos Santos


Filho de Cândido Lísboa dos Santos e Albertina Maria dos Santos, foi registrado como Oswaldo, mas foi como Paraná (Mestre) que assinou seu nome na história.
O baiano que nasceu em 25 de Setembro de 1922, escreveu sua história com o som de seu berimbau, viajou pelo Brasil e tocou até na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Participou da peça teatral O Pagador de promessas, em apresentações no Brasil e em Portugal.
Aprendeu Capoeira com Mestre Antônio Corró, ex-escravo baiano.
Nos anos 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua esposa Maura Bastos, a quem cantou "Uma noite encontrei uma menina sentada no banco de uma escola, professor tava ensinado o ritmo de Angola, Maura traga por favor a pena pra mim escrever, esta linda melodia, que eu fiz para você(..)"
Com seu Conjunto Folclórico de Capoeira São Bento Pequeno se apresentou por várias partes do país.
Foi o único Mestre de Capoeira a possuir uma carteira da ordem dos músicos do Brasil, como tocador de Berimbau.
Mestre Paraná é também considerado Patrono do Grupo Muzenza, tendo sido o início da linhagem, pois o fundador Mestre Paulão, foi aluno deste grande mestre.
Assim como Mestre Paulão, outros mestres passaram pelas valiosas mãos de Mestre Paraná, entre eles Mestre Mintirinha, Mestre Malhado, Mestre Denis, Mestre Bira Costeleta,que foi seu primeiro aluno, Mestre Pé de valsa, Mestre índio, Mestre Gavião voador, Mestre Marreta e Mestre Polaco, que administra o perfil do Facebook em nome de Mestre Paraná.
Exímio tocador de berimbau, lançou um compacto em 1963, que hoje está disponível no Youtube, já que é muito difícil encontrar o LP para compra. A seguir alguns trechos:



Infelizmente seu berimbau se calou muito cedo, aos 49 anos de idade, no ano de 1972.

Essa matéria é uma sugestão do Mestre Alexandre Batata, a quem eu agradeço pelas carinhosas palavras e pela sua generosidade em contribuir para o meu trabalho.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Seu Teodoro morre de parada cardíaca nesta madrugada (15-01)




O mestre da cultura popular e do Bumba-meu-boi no DF e no Brasil, Seu Teodoro Freire, faleceu às 3h20 desta madrugada (15-01-2011) no Hospital Santa Helena, em Brasília. Ele estava com 91 anos e sofria de enfisema pulmonar, e já há alguns dias vinha resistindo bravamente aos revezes das saúde debilitada. Ele conseguiu, ainda em vida, a honra e o merecido reconhecimento de receber das mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do também então Ministro da Cultura Gilberto Gil, a Ordem do Mérito Cultural tornando-se uma grande referência de cultura popular na cidade e sendo reconhecido o trabalho dele como patrimônio imaterial do Distrito Federal. Seu Teodoro foi convidado no início dos anos 60 por Darcy Ribeiro (UnB) e Ferreira Gullar (Fundação Cultural do DF) a se mudar com a família para Brasília.

“Ele será cremado nesta segunda-feira (16-01) e já estamos providenciando os detalhes de seu velório”, informou consternado um dos filhos dele, Guarapiranga Freire, que nos últimos anos tem assumido a responsabilidade em continuar com o trabalho cultural do Bumba-meu-boi e do Tambor-de-Crioula de Seu Teodoro.

No último dia 10 foi aberto o período de festejos de São Sebastião, que iria até o próximo dia 20. “Com o falecimento de meu pai, teremos que cancelar toda nossa programação deste mês. Não há o menor clima de continuarmos com as festividades agora. Ficou um vazio muito grande”, explicou Guarapiranga Freire.

Sonhos não realizados

Seu Teodoro Freire, como idealista e grande sonhador, partiu sem conseguir realizar alguns de seu maiores sonhos: o primeiro e maior, era a construção da nova sede do Centro de Tradições Populares. “Esse sonho, lutaremos para tentar realizar e dependemos da garantia de recursos junto ao Governo do Distrito Federal e da iniciativa privada. Pena que não conseguimos realizá-lo em 2013, dentro das comemorações do cinquentenário do Bumba-meu-boi e Tambor-de-crioula de Seu Teodoro. Chegamos até a lançar o projeto arquitetônico das novas instalações do Centro de Tradições Populares”, relembrou Guarapiranga Freire. Segundo ele, os objetivos da nova sede são: a manutenção deste Patrimônio Cultural Imaterial do Governo do Distrito Federal, promoções de intercâmbio cultural entre Brasília -DF / Maranhão, entre outras unidades da federação, e ainda uma parceria planejada para atender os anseios da comunidade do Distrito Federal, com atenção especialmente voltada para as Escolas Públicas e Zonas rurais. “ Esse espaço em Sobradinho, que abriga todas as festas maranhenses, será transformado em museu quando o novo edifício for construído”, promete Guarapiranga Freire.

Outras paixões não realizadas de Seu Teodoro eram aparentemente ainda mais difíceis: a construção, em pleno Planalto Central, de um clube de regatas do Flamengo e uma versão local da Estação Primeira de Mangueira, a escola de samba do coração dele.

Seu Teodoro Freire

Seu Teodoro chegou à cidade em 1962, trabalhou na Unb, criou o Centro de Tradições Populares e seguiu mantendo viva a cultura do Bumba meu boi na cidade

O maranhense Teodoro Feire, conhecido como Seu Teodoro, nasceu na pequena cidade de São Vicente Ferrer, localizada a 280 km de São Luís (MS), em 1920. Desde os oito anos era apaixonado pelo cultura popular e dedica-se à tradição de sua região: o Bumba meu boi e outras paixões como o time de futebol Flamengo e sua escola de Samba, a Mangueira. Ele sempre usava um chapéu de palha com tira vermelha e preta, referência à paixão pelo time rubro-negro carioca. “Sempre recordo do dia que ganhei meu chapéu de palha, com uma tira preta, de um estudante da Universidade de Brasília. Depois, tive que colocar a fita vermelha já que não uso o preto sem o vermelho junto”, gostava de falar.

Quando menino, em épocas festivas, saía às escondidas para acompanhar os cantadores e as toadas de boi, escondido da sua mãe. Passou uma temporada no Rio de Janeiro até chegar em Brasília, em 1962.

Assim que chegou à capital do Brasil, foi trabalhar na Universidade de Brasília e após um ano criou o Centro de Tradições Populares, em Sobradinho, com o intuito de difundir e levar adiante as festas e danças dessa importante manifestação da cultura e folclore brasileiro. “É importante manter a dança do boi viva para as novas gerações”, gostava de defender.

A primeira apresentação e visita à cidade aconteceu mesmo antes de morar em Brasília. Foi no primeiro aniversário da cidade, quando veio para fazer uma apresentação. Encantou-se com o Planalto Central e veio para ficar.

O Centro de Tradições Populares, no começo, era bem simples, feito de paredes de taipa, chão de terra batida e teto de palha. Hoje, tem uma boa estrutura e reúne cerca de 75 integrantes onde faz apresentações de bumba-meu-boi, de Tambor-de-Crioula e comemora as festas de São Sebastião, São Lázaro e da Matança do Boi (essa há 49 anos). Houve também o Encontro-de Bumba-meu-Boi realizado na Funarte, em homenagem ao sempre empolgado mestre.