quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mestre Paraná - Oswaldo Lisboa dos Santos

Esse é meu Avô da capoeira. O Meu Mestre Chibata (Raimundo dos Santos Filho) era aluno do Mestre Paraná na adolescência no Rio de Janeiro. Quando criança na ilha de itaparica em salvador, Mestre Chibata foi aluno do Mestre Antônio Diabo. Depois foi para Brasília e fez um grande trabalho de mais de 20 anos e mais de 200 alunos que até hoje estão entre os bambas da capoeira. Aqui está um registro que copiei do blog - http://capoeiradetodamaneira.blogspot.com/2012/01/mestre-parana-oswaldo-lisboa-dos-santos.html . Obrigado pelo registro. Axê!

Mestre Paraná - Oswaldo Lisboa dos Santos


Filho de Cândido Lísboa dos Santos e Albertina Maria dos Santos, foi registrado como Oswaldo, mas foi como Paraná (Mestre) que assinou seu nome na história.
O baiano que nasceu em 25 de Setembro de 1922, escreveu sua história com o som de seu berimbau, viajou pelo Brasil e tocou até na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Participou da peça teatral O Pagador de promessas, em apresentações no Brasil e em Portugal.
Aprendeu Capoeira com Mestre Antônio Corró, ex-escravo baiano.
Nos anos 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua esposa Maura Bastos, a quem cantou "Uma noite encontrei uma menina sentada no banco de uma escola, professor tava ensinado o ritmo de Angola, Maura traga por favor a pena pra mim escrever, esta linda melodia, que eu fiz para você(..)"
Com seu Conjunto Folclórico de Capoeira São Bento Pequeno se apresentou por várias partes do país.
Foi o único Mestre de Capoeira a possuir uma carteira da ordem dos músicos do Brasil, como tocador de Berimbau.
Mestre Paraná é também considerado Patrono do Grupo Muzenza, tendo sido o início da linhagem, pois o fundador Mestre Paulão, foi aluno deste grande mestre.
Assim como Mestre Paulão, outros mestres passaram pelas valiosas mãos de Mestre Paraná, entre eles Mestre Mintirinha, Mestre Malhado, Mestre Denis, Mestre Bira Costeleta,que foi seu primeiro aluno, Mestre Pé de valsa, Mestre índio, Mestre Gavião voador, Mestre Marreta e Mestre Polaco, que administra o perfil do Facebook em nome de Mestre Paraná.
Exímio tocador de berimbau, lançou um compacto em 1963, que hoje está disponível no Youtube, já que é muito difícil encontrar o LP para compra. A seguir alguns trechos:



Infelizmente seu berimbau se calou muito cedo, aos 49 anos de idade, no ano de 1972.

Essa matéria é uma sugestão do Mestre Alexandre Batata, a quem eu agradeço pelas carinhosas palavras e pela sua generosidade em contribuir para o meu trabalho.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Seu Teodoro morre de parada cardíaca nesta madrugada (15-01)




O mestre da cultura popular e do Bumba-meu-boi no DF e no Brasil, Seu Teodoro Freire, faleceu às 3h20 desta madrugada (15-01-2011) no Hospital Santa Helena, em Brasília. Ele estava com 91 anos e sofria de enfisema pulmonar, e já há alguns dias vinha resistindo bravamente aos revezes das saúde debilitada. Ele conseguiu, ainda em vida, a honra e o merecido reconhecimento de receber das mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do também então Ministro da Cultura Gilberto Gil, a Ordem do Mérito Cultural tornando-se uma grande referência de cultura popular na cidade e sendo reconhecido o trabalho dele como patrimônio imaterial do Distrito Federal. Seu Teodoro foi convidado no início dos anos 60 por Darcy Ribeiro (UnB) e Ferreira Gullar (Fundação Cultural do DF) a se mudar com a família para Brasília.

“Ele será cremado nesta segunda-feira (16-01) e já estamos providenciando os detalhes de seu velório”, informou consternado um dos filhos dele, Guarapiranga Freire, que nos últimos anos tem assumido a responsabilidade em continuar com o trabalho cultural do Bumba-meu-boi e do Tambor-de-Crioula de Seu Teodoro.

No último dia 10 foi aberto o período de festejos de São Sebastião, que iria até o próximo dia 20. “Com o falecimento de meu pai, teremos que cancelar toda nossa programação deste mês. Não há o menor clima de continuarmos com as festividades agora. Ficou um vazio muito grande”, explicou Guarapiranga Freire.

Sonhos não realizados

Seu Teodoro Freire, como idealista e grande sonhador, partiu sem conseguir realizar alguns de seu maiores sonhos: o primeiro e maior, era a construção da nova sede do Centro de Tradições Populares. “Esse sonho, lutaremos para tentar realizar e dependemos da garantia de recursos junto ao Governo do Distrito Federal e da iniciativa privada. Pena que não conseguimos realizá-lo em 2013, dentro das comemorações do cinquentenário do Bumba-meu-boi e Tambor-de-crioula de Seu Teodoro. Chegamos até a lançar o projeto arquitetônico das novas instalações do Centro de Tradições Populares”, relembrou Guarapiranga Freire. Segundo ele, os objetivos da nova sede são: a manutenção deste Patrimônio Cultural Imaterial do Governo do Distrito Federal, promoções de intercâmbio cultural entre Brasília -DF / Maranhão, entre outras unidades da federação, e ainda uma parceria planejada para atender os anseios da comunidade do Distrito Federal, com atenção especialmente voltada para as Escolas Públicas e Zonas rurais. “ Esse espaço em Sobradinho, que abriga todas as festas maranhenses, será transformado em museu quando o novo edifício for construído”, promete Guarapiranga Freire.

Outras paixões não realizadas de Seu Teodoro eram aparentemente ainda mais difíceis: a construção, em pleno Planalto Central, de um clube de regatas do Flamengo e uma versão local da Estação Primeira de Mangueira, a escola de samba do coração dele.

Seu Teodoro Freire

Seu Teodoro chegou à cidade em 1962, trabalhou na Unb, criou o Centro de Tradições Populares e seguiu mantendo viva a cultura do Bumba meu boi na cidade

O maranhense Teodoro Feire, conhecido como Seu Teodoro, nasceu na pequena cidade de São Vicente Ferrer, localizada a 280 km de São Luís (MS), em 1920. Desde os oito anos era apaixonado pelo cultura popular e dedica-se à tradição de sua região: o Bumba meu boi e outras paixões como o time de futebol Flamengo e sua escola de Samba, a Mangueira. Ele sempre usava um chapéu de palha com tira vermelha e preta, referência à paixão pelo time rubro-negro carioca. “Sempre recordo do dia que ganhei meu chapéu de palha, com uma tira preta, de um estudante da Universidade de Brasília. Depois, tive que colocar a fita vermelha já que não uso o preto sem o vermelho junto”, gostava de falar.

Quando menino, em épocas festivas, saía às escondidas para acompanhar os cantadores e as toadas de boi, escondido da sua mãe. Passou uma temporada no Rio de Janeiro até chegar em Brasília, em 1962.

Assim que chegou à capital do Brasil, foi trabalhar na Universidade de Brasília e após um ano criou o Centro de Tradições Populares, em Sobradinho, com o intuito de difundir e levar adiante as festas e danças dessa importante manifestação da cultura e folclore brasileiro. “É importante manter a dança do boi viva para as novas gerações”, gostava de defender.

A primeira apresentação e visita à cidade aconteceu mesmo antes de morar em Brasília. Foi no primeiro aniversário da cidade, quando veio para fazer uma apresentação. Encantou-se com o Planalto Central e veio para ficar.

O Centro de Tradições Populares, no começo, era bem simples, feito de paredes de taipa, chão de terra batida e teto de palha. Hoje, tem uma boa estrutura e reúne cerca de 75 integrantes onde faz apresentações de bumba-meu-boi, de Tambor-de-Crioula e comemora as festas de São Sebastião, São Lázaro e da Matança do Boi (essa há 49 anos). Houve também o Encontro-de Bumba-meu-Boi realizado na Funarte, em homenagem ao sempre empolgado mestre.